Disciplinas
ESTÉTICA MODERNA I
Módulo: 1
Carga Horária: 30
A estética kantiana, conquanto não tenha sido
concebida isoladamente como uma doutrina do gosto, e sim como desenvolvimento
necessário da filosofia transcendental de Kant, funciona hoje como base para
pensar em profundidade uma série de questões relacionadas à chamada modernidade artística. A Crítica da Faculdade do Juízo contém
importantes investigações: a) sobre a questão do gosto e seu compartilhamento, b) sobre o tipo de prazer ligado à
experiência estética, c) sobre a distinção entre belo natural e belo artístico,
d) sobre o gênio artístico e e) sobre “o sublime”. Resumindo, bem além do
convite à reflexão sobre categorias estéticas sedimentadas no século XVIII, sua
leitura serve como forma de aproximação filosófica a problemas muito presentes
na crítica de arte mais recente.
Bibliografia principal:
a) Obras de Kant
KANT, Imannuel 1790-91: Crítica da Faculdade do Juízo, tr.
Antonio Marques e Valério Rohden, Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1995 (Crítica do Juízo, tr. Incompleta por
Rubens Torres Filho, in Kant – Os
Pensadores, vol.II, São Paulo, Abril,1980, e The Critique of Judgement, tr. James Creed Meredith, Oxford,
Clarendon, 1952).
LYRA, Edgar: Slides e apontamentos de aula, inéditos, 2021.
FUNDAMENTOS DA ESTÉTICA CONTEMPORÂNEA I
Módulo: 1
Carga Horária: 30
A obra de Merleau-Ponty, breve e ainda não
suficientemente compreendida, pode ser pensada a partir do extremos de seu percurso: o início, que inaugura o estudo da
percepção na Fenomenologia da Percepção
(1945), e seu término, quando esse estudo é aprofundado em ontologia, em O
visível e o invisível (1961). Não por acaso, esses extremos são marcados
igualmente por textos onde a percepção se defronta com o caso exemplar da pintura, A dúvida de Cézanne
(1945) e O olho e o espírito
(1961). O curso discutirá três momentos da pintura a partir desses textos, o
classicismo, a arte moderna e a
contemporânea, procurando mostrar que a pintura, a
percepção e a arte em geral abrem vias para compreender novas possibilidade
para a filosofia no
momento atual.
Bibliografia Principal:
Merleau-Ponty, Maurice. Fenomenologia da percepção. Trad. Carlos
Alberto Ribeiro de Moura. 4ª ed. - São Paulo: Editora WMF Martins Fontes,
2011a. Col. Biblioteca do Pensamento Moderno.
_________. O olho e o espírito. Trad. Paulo Neves e
Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. São
Paulo: Cosac & Naifi, 2004 (O livro contém
igualmente o ensaio “A dúvida de Cézanne”).
_________. O visível e o invisível. Trad. José Arthur Gianotti e
Armando Mora d’Oliveira. – São Paulo: Perspectiva, 2009.
TEORIAS ESTÉTICAS CONTEMPORÂNEAS I
Módulo: 1
Carga Horária: 30
Gilles
Deleuze (1925-1995) dedicou sua obra à elaboração de uma filosofia da Diferença
e desse modo converter a filosofia ao problema da criação: como o novo é
possível? Entre 1953 e 1968, escreveu monografias sobre Hume, Nietzsche,
Bergson, Kant, Proust, Sacher-Masoch e Spinoza. Esses estudos indicam um processo,
um tatear, um aprendizado, que convergem na composição de um novo ponto de
vista, que se afirma, inicialmente, nos livros Diferença e repetição (1968) e Lógica
do sentido (1969). A presença da literatura de Proust e de Sacher-Masoch nessa
série indica que as artes não aparecem como objetos a serem esclarecidos de
fora, por um pensamento já constituído. Como Deleuze explicitará depois, e
repetidamente, as artes e as demais atividades criadoras nunca comparecem como
objetos, mas como perspectivas e pensamentos que mobilizam a criação
filosófica. Ressalte-se que a atenção, o cuidado e o respeito com que Deleuze contempla
os problemas expressos nas obras de outros criadores, seja em filosofia,
ciência e arte, resultam não em comentários ou explicações de fora, mas, em conexões,
aberturas e relançamentos do seu próprio pensamento em processo. Depois de uma
introdução à filosofia da diferença de Deleuze, o curso se deterá sobre alguns dos
seus escritos sobre literatura, pintura e teatro, especialmente nos livros Proust e os signos (1964 e 1973), Sobre o teatro (versão brasileira que
reúne um ensaio sobre Carmelo Bene e outro sobre Samuel Beckett) e
Francis Bacon, Lógica da sensação (1981).
Michel Foucault
(1926-1985) também incorporou as artes no desenvolvimento de sua obra. Seu
interesse pela literatura e pintura se manifesta, sobretudo no período em que
escreveu História da loucura (1962), Nascimento da clínica (1963) e As
palavras e as coisas (1966). Ele encontra na literatura (Mallarmé, Artaud,
Bataille, Klossowski e Blanchot) e na pintura (Magritte, Klee, entre outros) experiências
que escapam das coordenadas da representação e do humanismo presentes nas
ciências humanas e nas filosofias modernas. Após uma introdução geral à obra de
Foucault, o curso abordará o capítulo “Las Meninas” de As palavras e as coisas, o livro sobre Magritte Isto não é um cachimbo (1973), o artigo “Le
langage à l’infini” (1963) e a conferência “Linguagem e literatura” (1964),
publicada como anexo ao livro Foucault, a
filosofia e a literatura de Roberto Machado. Como leitura complementar recomendo
o mencionado livro de Roberto Machado e o artigo de Katia Muricy “Os direitos
da imagem — Michel Foucault e a pintura”.
Bibliografia Principal:
DELEUZE, Gilles. Différence et Répétition. Paris:
PUF, 1968. [Diferença e repetição. Trad. Bras. Luiz B. L. Orlandi e Roberto
Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1988}.
______. Proust et les
signes. 3ª ed. atualizada. Paris:
PUF,1976. [Proust e os signos. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2003
______. Superposititions. Paris:
Minuit, 1979. Trad. bras. Sobre o teatro: Um manifesto de
menos e o esgotado. Rio de Janeiro: Zahar, 2010
______. Francis Bacon: logique de la
sensation. Paris: Éditions Flammarion, 1981. Trad. bras. Francis
Bacon: Lógica da sensação. Rio de janeiro: Forense Universitária, 2003
FOUCAULT, Michel. “Las meninas” In: Les mots et les choses.
Trad. port. As palavras e as coisas: uma arqueologia das
ciências humanas. Lisboa: Portugália Editora, 1967.
______. Ceci n’est pas une pipe. Montpellier: Fata Morgana,
1973. Trad. bras. Isto não é um cachimbo. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1988
______. “Le langage à l’infini” (1963) In:
Dits et écrits. 1954-1988. Édition de Daniel Defert, François Ewald e Jacques
Lagrange. Paris: Gallimard, 1994. 4 v. (original)
______. “Linguagem e literatura” (1964), publicada como anexo ao
livro Foucault, a filosofia e a literatura de Roberto Machado.
MIYOSHI, A. Diante do espelho: textos de Michel
Foucault sobre arte representacional frente a produções artísticas dos anos
1960. MODOS. Revista de História da Arte. Campinas, v. 2, n.1, p.50-69, jan.
2018. Disponível em: http://www.publionline.iar.unicamp.br/
index.php/mod/article/view/966; DOI: https://doi.org/10.24978/mod.v2i1.966
TÓPICOS ESPECIAIS EM ARTE E FILOSOFIA III (MÚSICA, LITERATURA E ARTES PLÁSTICAS NOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS BRASILEIROS.)
Módulo: 1
Carga Horária: 30
Nesta
disciplina, será investigada a expressão artística nacional brasileira através
de seus movimentos, tendo em vista a dimensão filosófica do pensamento aí
engendrado. Na medida em que tanto o caráter moderno de manifestação da arte
através de “movimentos” quanto o surgimento consistente de uma marca
“brasileira” na arte que não pudesse ser reduzida a padrões formais
estrangeiros ganham solidez apenas no século XX, este será o recorte
cronológico da disciplina. Mesmo assim, trata-se de campo vasto, o que implica
um caminho pontual e não exaustivo, buscando representações emblemáticas da
arte brasileira.
Tais
representações serão escolhidas a partir da investigação de uma ideia
específica, a saber, a antropofagia: a relação de devoração do outro na
constituição de identidades culturais instáveis (por exemplo: a apropriação de
elementos estrangeiros na formação do Brasil). Essa ideia atravessa vários
momentos e movimentos da arte e da cultura brasileiras, tornando-se um eixo
aproveitável para estudá-los em conjunto, a despeito dos contextos históricos distintos
(a década de 1920 e a década de 1960, por exemplo) e das formas de arte
diferentes (a literatura, a música e as artes plásticas, por exemplo). O
sentido da antropofagia como forma de ser da arte brasileira e como forma de,
através dela, pensar o próprio Brasil filosoficamente é o fio da meada do
curso.
Será
investigado, portanto, o vigor da modernidade nas artes brasileiras, ou, como
disse Antonio Candido, o “espírito do Ocidente, procurando uma nova morada
nesta parte do mundo”. Porém, como a modernidade é a época por excelência da
crítica, inclusive de si mesma, devem ser vistos os limites e problemas desta
tentativa de inserção do Brasil no mundo ocidental – que significava também a
possível entrada no progresso para o futuro, através da lógica histórica da
“tradição da ruptura” (como a chamou Octavio Paz). Essa lógica caracteriza a
estética moderna e talvez tenha se exaurido ainda antes do fim do século XX,
abrindo um novo momento das artes.
Programa
1. Manifesto e Poesia
A antropofagia como idéia estética
e cultural: o manifesto de Oswald de Andrade.
2. Literatura
Macunaíma,
exemplo literário de antropofagia: a rapsódia de Mário de Andrade.
3. Cinema
Macunaíma, exemplo cinematográfico de
antropofagia: o filme de Joaquim Pedro.
4. Artes plásticas
O projeto de uma
super-antropofagia: a arte de Helio Oiticica.
5. Música
A retomada da antropofagia pela
Tropicália e a música de Caetano Veloso.
6. Filosofia
A antropofagia como forma da
razão: o pensamento de Haroldo de Campos.
Metodologia
Leitura, interpretação e
discussão de textos teóricos, filosóficos e críticos, bem como de poemas,
romances, filmes, obras de arte e canções.
Bibliografia principal:
ANDRADE, Mário. (1996) Macunaíma. Madrid; Paris; México; Buenos
Aires; São Paulo; Rio de Janeiro; Lima: ALLCA XX.
ANDRADE, Oswald. “Manifesto Antropófago”. In. A utopia antropofágica. São Paulo:
Globo, 1995.
__________. “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”. In. A utopia antropofágica. São Paulo:
Globo, 1995.
CAMPOS, Haroldo. “Da razão antropofágica: a Europa sob
o signo da devoração”. In. http://coloquio.gulbenkian.pt/bib/sirius.exe/issueContentDisplay?n=62&p=10&o=p.
CANDIDO, Antonio. “Dialética da malandragem”. In. O discurso e a cidade. São Paulo: Duas
Cidades, 1993.
CICERO, Antonio. “Hélio
Oiticica e o super-moderno”. In.
http://www2.uol.com.br/antoniocicero/ensaios.html.
__________. “O parangolé”.
In. http://www2.uol.com.br/antoniocicero/parangole.html.
DUARTE, Pedro. A palavra modernista: vanguarda e manifesto.
Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014.
__________. Tropicália.
Rio de Janeiro: Cobogó, 2018.
FAVARETTO, Celso. Tropicália – alegoria, alegria. São
Paulo: Ateliê Editorial, 1996.
GOMES, Renato Cordeiro.
“Cultura e fundação: Modernismo, Antropofagia e Invenção”. In. ROCHA, Everardo
(Org.). Cultura e Imaginário. Rio de
Janeiro: Mauad, 1998.
JARDIM, Eduardo. A brasilidade modernista: sua dimensão
filosófica. Rio de Janeiro: Graal, 1978.
__________. “Modernismo revisitado”. In. Estudos históricos, v. 1,
n. 2, 1988.
MONTAIGNE, Michel de. Os ensaios: Livro I. São Paulo: Martins
Fontes, 2002.
NUNES, Benedito. Oswald
canibal. São Paulo: Perspectiva, 1999.
OITICICA, Hélio. “Esquema
geral da Nova Objetividade”. In. FERREIRA, Gloria, COTRIM, Cecilia (orgs.). Escritos de artistas: anos 60/70. Rio de
Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2006.
__________. “Brasil diarréia”.
In. (http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia/ho/index.cfm?fuseaction=documentos&cod=170&tipo=2)
PRADO, Paulo. “Poesia
Pau-Brasil”. In. ANDRADE, Oswald. Poesia
reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.
VELOSO, Caetano. Verdade tropical. São Paulo: Companhia
das Letras, 1997.**
__________. “Diferentemente dos americanos do norte”.
In. O mundo não é chato. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005.
VENANCIO FILHO, Paulo. “Tropicália: sua hora e lugar – Helio Oiticica”. In. A presença da arte. São Paulo: Cosac
Naify, 2013.
* Serão usados também filmes, como Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade;
músicas, como as de Caetano Veloso; e imagens, como as das obras de Hélio
Oiticica.
ESTÉTICA MODERNA II
Módulo: 2
Carga Horária: 30
1.
Breve introdução ao Nascimento da
Tragédia. Ruptura de Nietzsche com as teorias subjetivistas da Era Moderna.
Significado da experiência trágica. O dionisíaco e arte.
2.
Arte e Verdade. Sobre a Verdade e Mentira em
Sentido Extra Moral. A verdade como invenção. Origem moral da noção de
verdade e sua relação com a linguagem. A linguagem como metáfora: a palavra
poética. A linguagem como simulacro.
3.
Foucault leitor de Nietzsche. A experiência trágica da linguagem em Foucault. A
linguagem ao infinito. Morte, loucura e linguagem.
4.
Da Vontade de Verdade à Vontade de Potência. Releitura da noção de belo a
partir do pensamento da vontade de potência. Arte, Verdade, Vontade de
Potência. Atividade do artista x ontologia da arte.
5.
A subjetividade em questão e o seu ultraprassamento pela arte: Morte de Deus, Último Homem e o Além-do-Homem.
6.
Balanço geral. Vida e Arte. O pensamento de Nietzsche e as vanguardas. O
sentido da Arte Contemporânea e a Morte de Deus.
Bibliografia principal:Obras de Friedrich Nietzsche (utilizadas pelo curso).
NIETZSCHE. Friedrich. Assim Falou Zaratustra. Civilização Brasileira, 1998.
__________. Crepúsculo dos Ídolos. Companhia das
Letras, 2005.
__________. Genealogia da Moral.
Companhia das Letras, 1998.
__________. O Nascimento da
Tragédia. Companhia das Letras, 1992.
__________. Verdade e Mentira em Sentido Extra Moral.
__________. Fragmentos diversos de escritos póstumos
Estudos sobre Nietzsche. Bibliografia sugerida.
BRUM, José Thomas. O Pessimismo e
suas Vontades. Rocco, 1998.
DELEUZE, Gilles. Nietzsche.
Edições 70, 1999.
__________. Nietzsche e a
Filosofia. Res Editora, 2001.
MACHADO,
Roberto. Nietzsche e a Verdade. Ed.
Graal, 1999.
__________. O Nascimento do Trágico – de Schiller à
Nietzsche.
Jorge Zahar Editor, 2006.
__________. Zaratustra – tragédia nietzschiana. Rio de Janeiro,
Jorge Zahar Editor, 1999.
MARTON,
Scarlett. Nietzsche – Das forças cósmicas
aos valores humanos .Ed. UFMG, 2000.
MÜLLER-LAUTER,
Wolfgang. A Doutrina da Vontade de Poder
em Nietzsche. Annablume, 1997.
HEIDEGGER,
Martin. Nietzsche, 2 volumes. Forense
Universitária, 2007.
QUESTÕES ESTÉTICAS I
Módulo: 2
Carga Horária: 30
Objetivo
O curso tem como objetivo pensar a dança, a música e a performance a
partir de um olhar às obras de artistas como Pina Bausch, John Cage,
Stockhausen e William Pope L., no que est@s reservam em comum, em suas obras,
uma atenção não propriamente à potência do corpo na dança, à harmonia dos sons
na música, tampouco à verticalidade do corpo na performance, mas à sua
impossibilidade: o corpo que bambeia, cai e se arrasta, a nota que silencia
Quando John Cage compõe 4’33’’, a música de alguma maneira extrapola
seu estatuto sonoro para se debruçar sobre um outro suporte artístico: a
performance. Alcançar o silêncio absoluto é, afinal, uma impossibilidade. Na
concepção da peça, podemos ver o corpo do maestro inerte e os instrumentos
musicais deslocados de sua função habitual de produzir sons. A composição
motivada pelo silêncio excede, portanto, os limites da música para versar,
também, com os limites do corpo. Na direção performativa traçada por John Cage,
podemos pensar a música também como um gesto na iminência de acontecer. Como um
ato em suspensão que não se desenvolve em um resultado esperado pelo público.
No que concerne ao
corpo, o teórico e curador André Lepecki – que para a estrutura do curso será
de fundamental importância – traça o percurso e as transformações alcançadas
pela dança desde o ballet d’action romântico, onde se pretendia uma fluidez de
movimentos, até chegar às performances e coreografias de dança contemporânea,
que passaram a repensar a política do movimento, seus modos de estar no mundo.
Lepecki lança o olhar, portanto, para obra de artistas como Trisha Brown e
William Pope L., que pensam o corpo sob o eixo não mais vertical, mas
horizontal, a rés do solo.
Trabalharemos,
também, a obra da dançarina e coreógrafa Pina Bausch, criadora do Wuppertal
dança-teatro, que tecia a experiência de seus/suas dançarin@s como processo de
montagem de suas coreografias. Compreenderemos sua obra sob o signo de uma
repetição já sempre alterada a cada retorno, transformada pela diferença.
Programa
1. Pensar a música como gesto: Karlheinz Stockhausen e John Cage
CAGE, John.
Conferências e escritos de John Cage. Trad. Mariano Marovatto. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019.
STOCKHAUSEN,
Karlheinz e TANNENBAUM, Mya. Diálogo com Stockhausen. Coimbra: Edições 70, 1985.
STOCKHAUSEN: helicopter String
Quartet. Frank Scheffer. Berlin/Leizpig: EuroArts, 2008. 1.
2. Sobre o silêncio: apresentação de textos/ensaios presentes no ciclo
Mutações, organizado por Adalto Novaes.
Mutações: o
silêncio e a prosa do mundo. Org. Adauto Novaes. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2014.
3. Sobre a potência e o esgotamento do corpo
DELEUZE, Gilles.
“O esgotado” In Sobre o Teatro: um manifesto de menos. Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro:
Zahar, 2010.
GIL, José.
Movimento Total – O corpo e a Dança. Lisboa: Relógio D’Água Editores, 2001.
LAPOUJADE, David.
“O corpo que não aguenta mais. In Nietzsche e Deleuze: que pode o corpo / org Daniel Lins e Sylvio Gadelha. -
Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fortaleza, CE:
Secretaria da Cultura e Desporto, 2002.
4. Olhar a dança sob outro eixo
LEPECKI, André.
Exaurir a Dança: Performance e a Política do Movimento. Trad. Pablo Assumpção Barros Costa. São Paulo: Annablume,
2017.
5. Ritornelo: uma noção puramente musical? A repetição na obra de Pina
Bausch
FERNANDES, Ciane.
Pina Bausch e o Wuppertal dança-teatro: repetição e transformação. São Paulo: Annablume, 2017.
Bibliografia Principal:
Obs.: A bibliografia poderá ser complementada ao longo do curso,
conforme necessidade.)
CAGE, John. Conferências e escritos de John Cage. Trad. Mariano
Marovatto. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019.
DELEUZE, Gilles. “O esgotado” In Sobre o Teatro: um manifesto de menos.
Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
FERNANDES, Ciane. Pina Bausch e o Wuppertal dança-teatro: repetição e
transformação. São Paulo: Annablume, 2017.
GIL, José. Movimento Total – O corpo e a Dança. Lisboa: Relógio D’Água
Editores, 2001.
LAPOUJADE, David. “O corpo que não aguenta mais. In Nietzsche e
Deleuze: que pode o corpo / org Daniel Lins e Sylvio Gadelha. - Rio de Janeiro:
Relume Dumará: Fortaleza, CE: Secretaria da Cultura e Desporto, 2002.
LEPECKI, André. Exaurir a Dança: Performance e a Política do Movimento.
Trad. Pablo Assumpção Barros Costa. São Paulo: Annablume, 2017.
Mutações: o silêncio e a prosa do mundo. Org. Adauto Novaes. São Paulo:
Edições Sesc São Paulo, 2014.
STOCKHAUSEN, Karlheinz e TANNENBAUM, Mya. Diálogo com Stockhausen.
Coimbra: Edições 70, 1985.
STOCKHAUSEN:
helicopter String Quartet. Frank Scheffer. Berlin/Leizpig: EuroArts,
2008. 1.
TEORIAS ESTÉTICAS CONTEMPORÂNEAS III
Módulo: 2
Carga Horária: 30
O
curso explora o campo de interações ligando arte, filosofia e tecnologia. Para
tanto, parte de textos do autor responsável pelo surgimento e definição das
tecnologias digitais, Alan Turing, que criou o conceito de computador em 1936,
projetou e programou os primeiros computadores a partir de 1945 e criou o
conceito de inteligência artificial em 1950. Turing levantou problemas acerca
das possibilidades extremas dessa tecnologia que foram discutidos de modo mais
abrangente por Martin Heidegger em textos escritos à mesma época, em meados do
século passado. O curso interrogará a aposta feita por Heidegger de que a arte
teria um papel central para a compreensão da tecnologia pela discussão de
textos de outros autores, Deleuze, Derrida e Flusser, que serão pensados em
conjunto com produções artísticas contemporâneas.
Bibliografia principal:
Deleuze, Gilles. Esquizofrenia e sociedade, Dois
regimes de loucos. Textos e entrevistas (1975-1995). São Paulo: Editora 34,
2016.
Derrida, Jacques. O aforismo a contratempo. (Tradução do professor:
L’aphorisme à contretemps, Psyché, inventions de l’autre. Paris: Galilée, 1987).
Flusser, Vilém. A não coisa (1), O mundo codificado.
Por uma filosofia do design e da comunicação. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
Heidegger, Martin. A questão da técnica, Ensaios e Conferências. Petrópolis: Vozes, 2012.
_________. Serenidade. Lisboa:
Instituto Piaget, 2000.
Turing, Alan. Computadores digitais podem pensar? (Tradução do professor: Can
Digital Computers think? [1952] in: Cooper, Barry & Van Leeuwen, Jan, Alan
Turing, his Word and Impact. Amsterdam,
Elsevier, 2013.)
_________. Sobre os números computáveis, com uma aplicação ao
Entescheidungsproblem. Trechos escolhidos. (Tradução do
professor: On Computable Numbers, with an Application to the
Entscheidungsproblem, Proceedings of the London Mathematical Society.
4, vol. 42, 1937, p. 230-265.)
TÓPICOS ESPECIAIS EM ARTE E FILOSOFIA II (CINEMA)
Módulo: 2
Carga Horária: 30
Os
livros Cinema 1 — A imagem-movimento e Cinema 2 — A imagem-tempo introduzem uma ampla classificação das imagens
cinematográficas, mas não apresentam uma teoria sobre o cinema. Conforme explica Deleuze, tais livros pretendem
tratar de questões internas ao cinema e não sobre o cinema. Para Deleuze “uma
teoria do cinema não é sobre o cinema, mas sobre conceitos que o cinema
suscita, e que estão em relação com outros conceitos correspondentes a outras práticas”.
Depois de apresentados os conceitos
de imagem-movimento e imagem-tempo, esse curso se deterá sobre os quatro
comentários de Deleuze sobre as teses de Bergson sobre movimento e tempo,
conforme apresentadas no 1º e 4º capítulos de Imagem-movimento e 3º e 5º capítulos
de Imagem-tempo. Foco especial será dado à questão da verdade, a partir
sobretudo do cinema de Orson Welles e de Jean Rouch, e à relação entre cinema e
pensamento, a partir do cinema de Serguei Eisenstein, Roberto Rossellini e Jean-Luc
Godard, segundo os capítulos 6 e 7 do livro Imagem-tempo.
Bibliografia Principal:
DELEUZE,
Gilles. Cinema 1: a imagem-movimento. São Paulo: Brasiliense, 1985.
______. Cinema 2: a imagem-tempo. São
Paulo: Brasiliense, 2009.
BERGSON,
Henri. A evolução criadora. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
______. Matéria
e memória. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
RICOEUR, P. A
memória, a história, o esquecimento. Campinas, SP: Editora da UNICAMP,
2007.
MONOGRAFIA
Módulo: 3
Carga Horária: 0
A monografia deve apresentar conteúdos interdisciplinares, sobretudo das disciplinas ministradas durante o curso. A não entrega da monografia por parte do aluno, dentro dos prazos estabelecidos, impossibilitara o mesmo de receber o certificado final do curso.
QUESTÕES ESTÉTICAS II
Módulo: 3
Carga Horária: 30
O curso tem ponto de partida na
constatação do filósofo alemão Walter Benjamin sobre a passagem da narrativa
tradicional para a forma escrita do romance na modernidade. Pretende-se
investigar em que medida o romance teria se fixado como um meio para a busca do
“sentido da vida”, tendo se tornado a mais contundente expressão literária do
processo de ruptura da tradição – em suas palavras, “queda da experiência”.
Para tanto, serão analisadas as obras de Baudelaire e de Proust, nas quais
Benjamin entreviu oportunidades de pensar “o tempo” e a busca pela construção
de uma experiência na escrita.
Programa
- Retrato
de Benjamin por Hannah Arendt – “Walter
Benjamin (1892-1940)”.
- Da
narrativa antiga ao romance moderno – “Experiência e pobreza” e “O narrador”.
- Crise
da memória: o choque e a lembrança – “Sobre alguns temas em Baudelaire” e
fragmentos de “Infância em Berlim por volta de 1900”,
“Rua
de mão única” e “Imagens do pensamento”.
- Perda
da aura: as correspondências em Charles Baudelaire – poemas de As flores do mal.
- Memória involuntária: o tempo
entrecruzado em Marcel Proust – “A imagem de Proust” e passagens de Em busca do tempo perdido.
- Da infância de Proust à infância
de Benjamin – “Esperança no passado”, de Peter Szondi.
Bibliografia principal:
ARENDT,
Hannah. “Walter Benjamin (1892-1940)”. In: Homens
em tempos sombrios. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
BAUDELAIRE,
Charles. As flores do mal. Trad. Ivan
Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
BENJAMIN,
Walter. Ensaios reunidos: escritos sobre
Goethe. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34. 2009.
__________.
Obras escolhidas volume I: Magia e técnica, arte e política: ensaios
sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
__________.
Obras escolhidas volume II: Rua de mão
única. São Paulo: Brasiliense, 1995.
__________.
Obras escolhidas volume III: Charles
Baudelaire um lírico no auge do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989.
__________.
Origem do drama trágico alemão.
Lisboa: Assírio & Alvim, 2004.
PROUST,
Marcel. No caminho de Swann. Trad.
Mario Quintana. São Paulo: Globo, 2003.
__________.
À sombra das raparigas em flor. Trad.
Mario Quintana. Rio de Janeiro: Globo, 1988.
__________.
O caminho de Guermantes. Trad. Mario
Quintana. Rio de Janeiro: Globo, 1988.
__________.
Sodoma e Gomorra. Trad. Mario
Quintana. São Paulo: Globo, 1990.
__________.
A prisioneira. Trad. Manuel Bandeira.
São Paulo: Globo, 1989.
__________.
A fugitiva. Trad. Carlos Drummond de
Andrade. São Paulo: Globo, 1989.
__________.
O tempo redescoberto. Trad. Lúcia
Miguel Pereira. São Paulo: Globo, 1989.
__________.
“A propósito de Baudelaire”. In: Nas
trilhas da crítica. São Paulo: Edusp: Editora Imaginário, 1994.
SZONDI,
Peter. “Esperança no passado – Sobre Walter Benjamin”. In: Artefilosofia n.6. Ouro Preto: IFAC, 2009.
Bibliografia
complementar:
BARTHES,
Roland. “Proust e os nomes”. In: O grau
zero da escrita: seguido de novos ensaios críticos. São Paulo: Martins
Fontes, 2004.
BECKETT,
Samuel. Proust. São Paulo: Cosac
& Naify, 2003.
BLANCHOT,
Maurice. “A experiência de Proust”. In: O
livro por vir. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
BRASSAÏ.
Proust e a fotografia. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
DELEUZE,
Gilles. Proust e os signos. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2006.
GAGNEBIN,
Jeanne Marie. História e Narração em
Walter Benjamin. São Paulo: Perspectiva, 2009.
__________.
“Memória, história, testemunho”. In: Lembrar
escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.
LUKÁCS,
Georg. A teoria do romance: um ensaio
histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. São Paulo: Duas
Cidades; Ed. 34, 2000.
MURICY,
Katia. Alegorias da dialética: imagem e
pensamento em Walter Benjamin. Rio de Janeiro: Nau, 2009.
POULET,
Georges. O espaço proustiano. Rio de
Janeiro: Imago Ed., 1992.
QUESTÕES ESTÉTICAS III
Módulo: 3
Carga Horária: 30
O curso apresenta diferentes concepções da arte, através da
leitura e análise de textos de variados autores, dentre os quais não apenas
filósofos, ie, teóricos da arte, mas também escritores, pintores, dramaturgos,
etc., ie, aqueles que praticam a arte. Como exemplo de possíveis abordagens,
citamos Marcel Proust (suas reflexões sobre a arte em Em busca do tempo
perdido); Roland Barthes (os muitos comentários envolvendo a literatura em Fragmentos
de um Discurso Amoroso); Michel Foucault (sobre a arte em As palavras e as
Coisas, sobre a conexão coisa-palavra-imagem em Ceci n’est pas une pipe,
ou sobre as teses sobre literatura, em Linguagem e Literatura); René
Magritte, sobre a conexão coisa-palavra-imagem, em sua série “traição das
imagens” e seus comentários em muitas de suas cartas. Outros autores poderão
ser considerados no decorrer do curso.
Bibliografia principal
FOUCAULT, Michel. “Las meninas” In: Les mots et les choses.
Trad.
port. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas.
Lisboa: Portugália Editora, 1967.
______. Ceci n’est pas une pipe. Montpellier:
Fata Morgana, 1973. Trad. bras. Isto não é um cachimbo. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1988.
MIYOSHI, A. Diante do espelho: textos de Michel Foucault sobre
arte representacional frente a produções artísticas dos anos 1960. MODOS.
Revista de História da Arte. Campinas, v. 2, n.1, p.50-69, jan. 2018.
Disponível em: http://www.publionline.iar.unicamp.br/
index.php/mod/article/view/966; DOI: https://doi.org/10.24978/mod.v2i1.966
Duas cartas de René Magritte a Michel Foucault. Em https://revistacaliban.net/duas-cartas-de-ren%C3%A9-magritte-a-michel-foucault-7e2d7c209e4e
PROUST, Marcel. Em busca do
tempo perdido. 7 vols. São Paulo. Ed. Globo.
TORCZYNER, Harry. Magritte. The true art
of painting. With the collaboration of Bella Bessard. Trad. Richard Miller.
Londres. Thames and Hudson, 1979.
BARTHES, R. Fragments d’un discours
amoureux, Editions du Seuil; TEL QUEL, 1977.
______. Le discours amoureux.
Séminaire à l'École pratique des hautes études 1974-1976. Paris: Seuil, 2007.
______. Le lexique de l'auteur. Séminaire
à l École des hautes études 1973-1974. Paris: Seuil, 2010.
______. Oeuvres Complètes. Volumes I à
V. Paris: Seuil, 2002.
*Obs.: Serão utilizados durante o
curso verbetes dos Fragmentos traduzidos pelos professores Irley F.
Franco e Ovídio Abreu.
TEORIAS ESTÉTICAS CONTEMPORANEAS II
Módulo: 3
Carga Horária: 30
Nas primeiras décadas do século XX uma série de
movimentos de vanguarda questionaram radicalmente o estatuto das práticas
artísticas. Do Futurismo ao Dadaísmo, passando pelo Cubismo e pelo
Construtivismo Russo, não só a noção de obra de arte, como seus modos de
circulação e as formas de experiência estética foram transformadas de modo
definitivo. A fronteira entre arte e não-arte ficou borrada, deixando muito
pouco clara a diferença entre liberdade experimental e banalização poética. É
no interior desta indefinição que se produziu e se produz o melhor da arte
contemporânea. A obra de Marcel Duchamp tem um lugar especial neste momento de
reorientação da arte e da estética. O curso concentrar-se-á tanto no contexto
das vanguardas históricas que culminou na produção do ready-made duchampiano como também na discussão do seu legado a
partir da segunda metade do século XX.
Bibliografia
principal:
De Duve, T. – Kant
after Duchamp, Massachusetts, MIT Press, 1996. (existe uma versão em
português do principal capítulo do livro)
Duchamp, M. – “O ato criador” in Gregory Battcock, A nova arte, SP, Editora Perspectiva,
1986.
Observação: outros textos serão dados ao longo do
curso.
TÓPICOS ESPECIAIS EM ARTE E FILOSOFIA I (ARTES CÊNICAS)
Módulo: 3
Carga Horária: 30
Entre o século XVI e o século XX
temos o surgimento do drama burguês, a criação de um regime estético que se
torna hegemônico na sensibilidade e na expressão das artes cênicas. Como
estratégia vamos analisar as bordas desse regime mimético ao evocar as obras
clássicas de dois grandes autores dramáticos e “homens de teatro”, William
Shakespeare e Samuel Beckett. Buscaremos delinear os conceitos de convenção
dramática, teatralidade e performatividade como parte fundamental da
experiência estética nas artes da cena. E através de aproximações e distinções
estéticas entre o barroquismo do teatro elisabetano de Shakespeare e o
minimalismo do teatro da linguagem de Beckett teremos como medir a influência e
uma outra dimensão estética.
Bibliografia principal:
BLOOM, Harold. Shakespeare: a invenção do humano.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
BRATER,
Enoch. Beyond Minimalism – Beckett’s
late style in the theater. NY: Oxford, 1987.
CHARTIER, Roger. Do palco á página: publicar e ler
romances na época moderna – séculos XVIXVIII. Rio de Janeiro: Casa da Palavra,
2002.
DELEUZE,
Gilles. Sobre Teatro: Um manifesto do menos. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
FÉRAL,
Josette. Por uma poética da performatividade: o teatro performativo. Tradução:
Lígia Borges. Revista Sala Preta, SP: USP, abril, 2009.
GROSSMAN, Evelyne. L’ esthétique de Beckett. Paris:
SEDES, 1998.
KOTT, Jan. Shakespeare nosso contemporâneo. São
Paulo: Ed. Cosac&naify, 2003.
MONTAIGNE, Michel Eyquem
de. Ensaios. Brasília: HUCITEC, 1987.
PELBART,
Peter Pál. Da Clausura do Fora ao Fora da Clausura - loucura e desrazão. SP:
Brasiliense, 1989.
SUSSEKIND, Pedro. Shakespeare – o gênio original.
Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. São
Paulo: Cosac & Naify, 2002.